DURANTE O TODO E O OCO de Rita Draper Frazão
15 Janeiro a 25 Janeiro
"As coisas estão vazias no tempo e espaço e mente. Eu percebi isso tudo e no dia seguinte sentindo-me muito alegre eu senti que tinha chegado o momento de explicar tudo à minha família. Eles riram mais do que qualquer outra coisa. Mas ouçam! Não! Olhem! É simples, deixem-me explicar da maneira mais simples e resumida possível. Todas as coisas são o vazio, não são? Do que é que estás a falar, como assim vazio, eu estou a segurar esta laranja na minha mão, não estou? Está vazia, tudo é vazio, as coisas só vêm para ir, todas as coisas feitas precisam de ser desfeitas, e elas precisarão de ser desfeitas simplesmente porque foram feitas!”
"Os Vagabundos do Dharma" de Jack Kerouac.
No dia 15 de Janeiro às 19 horas, a Zaratan - Arte Contemporânea tem o prazer de apresentar Durante o todo e o
oco, uma exposição individual de Rita Draper Frazão.
Os nossos pré-conceitos do que é e daquilo que não é fazem com que percepcionemos a forma que as coisas
tomam. Foi do acto de pintar e ilustrar figurativamente que surgiram, por debaixo, estas peças que um dia foram
toalhas da mesa da artista. São uma desconstrução da pintura e de todo o processo que levou Rita Draper Frazão a
produzir algo que questiona o "pronto" e o "acabado".
A abstracção e a experimentação utilizadas têm aqui um paralelo possível com o free jazz ou a música experimental. Seguramente, dos vazios que nos fazem perceber as formas (o todo), o oco foi o que mais interessou à artista - porque tinha som. A artista convida os músicos Maria Radich, Luís Vicente e João Madeira para juntar-se pela primeira vez num concerto de free-jazz, a acontecer no mesmo dia da inauguração.
A exposição patente é fruto do seu trabalho dos últimos três anos.