PAI, DEIXA-ME INVENTAR de Susana Borges

11 Dezembro a 4 Janeiro

No dia 4 de Dezembro a Zaratan - Arte Contemporânea apresenta Pai, deixa-me inventar, uma exposição individual de Susana Borges.

Entrando na exposição, temos a sensação de entrar no quarto de uma criança, com um monte de objectos espalhados nas salas e, na penumbra desperta a atenção o ruído produzido por algumas das instalações. Relógios, ventoinhas, motores: os movimentos débeis e mecânicos seguem-se um ao outro de uma maneira aleatória, numa espécie de melodia e ao mesmo tempo uma dança sem ritmo.

Susana Borges observa estes mecanismos diários e ordinários e com os seus experimentos viola as regras utilitárias da engenharia. Os objectos assim modificados carecem em função, mas ganham em personalidade e as obras olham para nós. 
Embora o trabalho da Susana Borges não obedeça a nenhum material em concreto, ele tem sim, relação com a matéria. Esta exposição configura-se como uma espécie de “Estudo sobre o movimento” ou seja aquela variação de posição espacial de um objecto material no decorrer do tempo.

As máquinas sem função da artista obrigam-nos a passar de uma estética estática a uma estética dinâmica e surge uma pergunta: que transformação opera cada objecto ao mexer-se no conjunto a que pertence e como se altera por pertencer a cada um dos conjuntos?

Esta exposição reúne um grupo heterogéneo de obras e todas elas são o resultado do mesmo exercício experimental: o exercício de fazer aquilo que não foi feito, de inventar aquilo que não é dado.


Partimos do pressuposto, as obras são – elas mesmas – o campo semântico: reduzir ao mínimo o conceito de produção significa acreditar que cada objecto tenha em si um valor narrrativo real.