FODA-SE de António Caramelo
26 Fevevereiro a 3 Março
No dia 26 de Fevereiro às 19 horas, a Zaratan - Arte Contemporânea convida para a inauguração de Foda-se, uma exposição individual de António Caramelo.
Durante a finissage de dia 5 de Março, o artista apresenta makearevolution*, uma performance sonora erudita que se inscreve dentro da linha de colecção de objectos de luxo de desobediência civil para a burguesia (+ info: http://www.makearevolution.org).
A exposição relaciona-se com um determinado posicionamento ideológico na questão da manifestações do poder e a sua cristalização como forma de lugar, onde as imagens e as não-imagens habitam o tempo suspenso do seu movimento por entre os suportes físicos que as acolhem. Pode-se definir esse tempo como um intervalo, uma suspensão do movimento do tempo a desenrolar-se no seu fluxo contínuo, sem que, contudo, o olhar o alcance ou consiga captar.
As imagens pertencem ao seu próprio lugar e esse lugar está sempre em hesitação constante entre a existência e o seu aniquilamento. De certa forma, as imagens ficam, durante este processo, com uma existência partilhada dependente da era temporal durante a qual o seu objecto se mostra e se esconde em potência. Não implicam nenhuma particularidade ou nenhuma propriedade, para além da capacidade de serem acolhidas pelos corpos ou suportes e a eles se conformar.
Neste ponto, os enunciados não estão nas palavras e a visibilidade não está nas coisas. A visibilidade não é imediatamente visível. Inclusive, é invisível enquanto se limita às próprias qualidades sensíveis dos objectos que a acolhem, os seus dispositivos. Não importa se o seu fim (a aparição e a desaparição) está próximo ou longe: não há mais fim visado, mas apenas - e é o que importa - uma realização simultânea através da profanação do seu uso.