Zaratan AIR | OPEN STUDIO: Maya Weishof & Giorgia Ghione
28 Julho a 29 Julho
Zaratan AIR | Open Studio
MAYA WEISHOF | GIORGIA GHIONE
28. 7. 2016
Inauguração
No dia 28 de Julho, pelas 19 horas, a Zaratan apresenta os trabalhos de Maya Weishof e Giorgia Ghione, artistas em residência na Zaratan AIR no mês de Julho de 2016. Durante o evento, as artistas ocupam parte da galeria e abrem as portas dos seus estúdios para apresentarem os seus projectos.
Maya Weishof pesquisa a tradução da paisagem em imagem de forma a abrir um campo de possibilidades poéticas e pictóricas dentro do universo artístico da paisagem. A vontade do homem de construir uma imagem-realidade possível para dominar a paisagem que o rodeia, se traduz no acto de cartografar o lugar que se habita ou lugar que se almeja chegar. Foi, e ainda é, uma forma de se entender o mundo - sintetizar o espaço em linha, bem como a fala está para a escrita. A intervenção cromática e gestual sobre a superfície de um mapa, é uma possível intervenção na “paisagem real” e vice e versa. A possibilidade de recriar territórios, junções de fronteiras, espaços imaginários que cortam o plano bidimensional e passam a existir em três dimensões; possíveis percursos, tempos e povos. “Tente ver o oceano” é um convite para reconhecer a paisagem por via da palavra, do trajecto; do teu e do meu oceano; de assumir a paisagem como mapa e o mapa como paisagem. Mapas pintadas, mapas instaladas, mapas de um lugar que existe ou que são possíveis lugares: tente ver o oceano.
Os trabalhos da Giorgia Ghione tem uma forte componente performativa e participativa. Com “Moschicida” a artista gera um encontro improvável entre uma vela e um balão insuflado, que proporciona a explosão do balão e o apagamento da vela, onde nos apercebemos de como cada um de nós é fatalmente atraído pelos seus próprios medos. Uma das temáticas recorrentes na sua pesquisa é a ideia de deslocamento e tradução, como no projecto “K.O.D.A.K.”, onde proporciona uma colaboração absurda entre pessoas que falam 3 línguas completamente diferentes: não conseguem discutir filosofia, mas conseguem executar a tarefa de construírem juntos uma tenda. Ainda, em “Your home is where you are(not)-Lisbon” activa-se uma reflexão colectiva sobre a dualidade entre a casa de origem e a casa que se escolheu, um equilíbrio instável entre duas vidas, dois modos de ser e talvez duas identidades. Para alicerçar o projecto, Giorgia resolveu entrevistar uma série de indivíduos de origem italiana que se mudaram para Lisboa. Finalmente, na video-performance “Non so piú nulla”, Giorgia convida Maya para fazerem uma um retrato de barro às cegas uma da outra. Que tipo de imagem temos de uma pessoa que vemos todos os dias ao fechar os olhos?