NATARAZ de Felix Vong

15 Agosto a 21 Setembro

Felix Vong | NATARAZ

15 Agosto - 21 Setembro 2024


“Os espaços geridos por artistas adaptam-se a todos os tipos de modelos. São campos de testes e trampolins para o mundo da arte comercial, encontros intimistas em apartamentos e locais para grupos de leitura e refeições partilhadas. São pequenos focos de atividades que servem públicos específicos em determinados momentos, preenchendo lacunas e falhas para tudo o que o mundo da arte não consegue oferecer."

«Making-do: a pragmatist approach», excerto do livro «Artist-run Chicago Digest», threewalls/Green Lantern press (2009)
 

“Reivindiquei o espaço e apresentei-o como uma obra de arte.
Era uma instalação readymade, um pedaço da vida real que se tornou arte no contexto de um museu de arte."

«Tom Marioni, Museum of Conceptual Art (MOCA)» de Gabriele Detterer e Maurizio Nannucci, excerto do livro «Artist-Run Spaces», JRP Editions (2012)

Temos o prazer de apresentar NATARAZ, a primeira exposição individual de Felix Vong em Portugal.
Nos últimos anos Felix tem desenvolvido um percurso de citação e imitação irónica não só do trabalho de artistas nacionais e internacionais, mas também das principais entidades e atores que compõem o sistema da arte. Nesse sentido, no ano passado realizou uma série de operações artísticas: criou a simulação pública de um atelier de artista na exposição coletiva “Adjuntamento Cultural Olisiponense”, com curadoria de João Viotti; apresentou a sua primeira exposição individual em Macau, que consistiu na recriação de um museu de arte; criou uma falsa  feira de arte intitulada “Drowning Room”, imitando a mais conhecida “Drawing Room” de Lisboa. Esta exposição dá continuidade a estas ações, esta exposição é referida como uma simulação de um artist-run space – Zaratan.

O nome “Zaratan” baseia-se num animal imaginário: uma enorme tartaruga marinha que flutua sobre o oceano e, estando adormecida, de vez em quando é habitada por outros seres. Confundindo esta criatura por uma ilha no meio do mar, seres humanos e animais começaram a lá viver, a construir casa, a caçar, a criar uma sociedade, e assim por diante.
Prestes a dar as boas-vindas aos dez anos da sua existência em Lisboa, a Zaratan encontra a sua grafia reversa, NATARAZ, que é também um animal imaginário, uma irmã (ou irmão), que só aparece de 10 em 10 anos para refletir e explorar retrospectivamente o passar do tempo.

Felix Vong trabalha com a Zaratan desde 2021, não só colaborando artisticamente em vários formatos e contextos, mas também assumindo o papel de assistente de espaço. NATARAZ surge dessa experiência cotidiana e serve como plataforma de reflexão crítica, documentação e celebração dos espaços geridos por artistas.
Desde 2014, a Zaratan realizou cerca de 50 exposições individuais. NATARAZ citará alguma delas, retirando ideias das exposiçóes, ou de uma única peça para reimaginar o passado. Os artistas envolvidos neste jogo de referências são Ana Pessoa, António Olaio, Bárbara Bulhão, Carlos Gaspar, Cristina Motta, Fabio Colaço, Filipe Vilas-Boas, Isobel Atacus, João Mouro, Lea Managil, Miguel Palma, Nuno Viegas, primeira desordem, Sara Mealha, Sara & André, Susana Borges, Vasco Costa e outros artistas anónimos.
Nesse processo de citação, Felix Vong utiliza cópias, remake, apropriação, d'après, referências sutis, incorporando diferentes meios e experimentando diversas formas de acessar a resposta à pergunta do artista.
Outras obras apresentadas na exposição realizam uma metainvestigação sobre a própria Zaratan: através de anedotas e objetos emergem histórias que fornecem um vislumbre sobre as suas estratégias de sustentabilidade e modus operandi.

Este projeto é uma homenagem dedicada aos espaços geridos pelos artistas e aos artistas.

BIO: FELIX VONG (Macau, 1989) obteve uma licenciatura em design gráfico e publicidade. Atualmente vive e trabalha em Lisboa, onde frequentou o mestrado em Arte Multimédia na FBAUL. O corpo de trabalho de Felix abrange pintura, desenho, crítica de arte institucional, ilustração, performance e fotografia. Interessa-se pelo impacto da imitação, apropriação, vandalismo, sarcasmo, humor negro e fraudes entre o falso e o real. Felix Vong critica de forma lúdica a arte e a crítica de arte, bem como outros tipos de questões que são abordadas com o intúito de parecerem triviais e ridículas. É membro da Zaratan, onde partilha as suas pesquisas artísticas/filosóficas dentro da função mimética de funcionário da galeria. Expõe regularmente desde 2021, tendo apresentado uma exposição individual“The First Contemporary Art Museum of Macau” (Taipa Village Gallery, Macau, 2023), e participado de várias exposições coletivas, como: “Gémeos Falsos” (Appleton, Lisboa, 2023), “Pedra Papel ou Tesoura” (Alfaia, Loulé, 2023), “HAMMER TIME” (Zaratan, 2021, 2022, 2023). Em 2023, criou o projeto/happening “DROWNING ROOM” (Cosmos, Lisboa).

ABERTO | Qui-Dom, 16:00-20:00
VISITA GUIADA | 7 Setembro, 17:00
APOIO| República Portuguesa – Cultura / Direção-Geral das Artes