FOSSA ABISSAL – 2º Momento
1 Agosto a 11 Agosto
«FOSSA ABISSAL» – 2º Momento
1-11 Agosto 2024, 16:00-20:00
Com: Ângela Fonseca, Laura Soares, Beatriz Neto, Diogo Mendes
Performances (1 de Agosto – 18:00): Débora King, João Neves
Visita guiada: 1 de Agosto, 17:00
Performances (1 de Agosto – 18:00): Débora King, João Neves
Visita guiada: 1 de Agosto, 17:00
Organizado numa parceria entre a Zaratan - Arte Contemporânea, a Pós-Graduação Arte Sonora FBAUL e a Associação Goela, “FOSSA ABISSAL” é um evento bipartido realizado ao longo de dois meses no âmbito da 6a edição da Pós-Graduação em Arte Sonora: Processos Experimentais da Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa.
Pretende expor publicamente diversas explorações artísticas que utilizam o som como material a ser problematizado, debatendo-se sobre as suas propriedades físicas, materiais, conceptuais e ontológicas — interligando-o com múltiplas dimensões ora igualmente artísticas, ora culturais, sociais e políticas.
Pretende expor publicamente diversas explorações artísticas que utilizam o som como material a ser problematizado, debatendo-se sobre as suas propriedades físicas, materiais, conceptuais e ontológicas — interligando-o com múltiplas dimensões ora igualmente artísticas, ora culturais, sociais e políticas.
Por ocasião da inauguração do segundo momento da exposição “FOSSA ABISSAL”, apresentamos uma visita guiada e duas performances sonoras de João Neves e Débora King.
João Neves apresenta uma exploração de timbres, frequências e texturas da bateria através de beats modulados por feedbacks e distorções.
Débora King irá recriar o ambiente sonoro de uma fossa abissal através de um sintetizador.
A visita em torno do imaginário de criação e das peças que compõem a exposição é conduzida pelas próprias artistas e mediada pelos professores da Pós-Graduação e conta com interpretação em LGP.
João Neves apresenta uma exploração de timbres, frequências e texturas da bateria através de beats modulados por feedbacks e distorções.
Débora King irá recriar o ambiente sonoro de uma fossa abissal através de um sintetizador.
A visita em torno do imaginário de criação e das peças que compõem a exposição é conduzida pelas próprias artistas e mediada pelos professores da Pós-Graduação e conta com interpretação em LGP.
“Em pleno oceano profundo há corredores verticais de água que se afundam na transparência, perdendo-se de vista na mais vasta escuridão acumulada das marés.
No planeta Terra, a fossa das Marianas no Pacifico Sul é o ponto mais profundo do oceano, aproxima-se dos onze quilómetros abaixo do nível do mar. Lá, a luz não chega, são raros os seres vivos e a temperatura média ronda os dois, três graus centígrados: eis uma vida assombrada pela escuridão. É, portanto, um lugar inóspito, inabitável, como um deserto, um glaciar ou um qualquer outro ponto disposto no espaço interestelar.
Habitar uma ideia de desintegração, de ruína pode aproximar-nos simultaneamente de um fatalismo pré-existente ou não. A maneira como debastamos a matéria com incisões pontuais, como usamos a terra como material moldável para fins acústicos ou como sobejamente controlamos a electricidade de entre flashes e escuridão para que o espectador possa livremente desbloquear o audível, são premissas que atravessam e rasuram de antemão esta exposição.
Tal como comummente somos convidados à vigilância permanente do dia-a-dia e nos inscrevemos num loop perpétuo de cumplicidades e convivências, como apresentar um contraponto possível, que dá permissão à escuta das ressonâncias impressas nas pedras que pisamos, de pé ante pé, fazer sentir o peso do corpo, no terreno minimamente a encrostar.
Se no fim, tentássemos mesmo reproduzir o som destas fossas abissais oceânicas, de nomeá-las em forma de sintetize, pelos dedos em aperto nas teclas, e domesticássemos pequenos animais electrónicos nascidos do desperdício mundano, para nos fazer lembrar, que: para uma qualquer rasura possível é sempre permitido desligar da ficha, não carregar, deixar oxidar as pilhas ou enfim, simplesmente cair, desmaiando, de experimentar o quão fundo pode ser o abismo quando dobrado, de deixar vir ao de cima, um qualquer exercício de regressão, como se ontem e hoje, o futuro póstumo nunca tivesse sido escrito...” [D.A.P]
APOIO | República Portuguesa – Cultura / Direção-Geral das Artes