LEITMOTIV #7 - Ciclo de Música Escriturada | Monsieur Trinité + Bernardo Rodrigues Ná + Cacto (Nuno Torres e Ricardo Jacinto)

21 Janeiro 2016 19h00

Cada mês apresentamos um episódio de “LEITMOTIV” um ciclo de concertos mensais com curadoria de Bernardo Álvares, centrado em escrituras musicais. As escrituras serão primeiro conceptualizadas por um compositor, posteriormente traduzidas para o papel por um artista plástico e finalmente interpretadas por músicos ao vivo na Zaratan. Neste sétimo episódio, Cacto (Nuno Torres e Ricardo Jacinto) interpreta um texto de Monsieur Trinité e ilustrado por Bernardo Rodrigues Ná. 

Compositor: Monsieur Trinité
Artista: Bernardo Rodrigues Ná 
Músicos: Cacto (Nuno Torres e Ricardo Jacinto)

O MANIFESTO:

Este ciclo de concertos pretende questionar os limites da música escrita e improvisada (ou composta em tempo real), tendo como resultado tanto uma criação musical como visual. Pretendemos a junção de dois mundos, criando pontes e laços entre artistas plásticos com músicos e compositores. Partimos do pressuposto de que devemos desmistificar o processo criativo e, numa lógica de emancipação DIY, compreender princípios de composição musical, tanto mais tradicionais da música escrita como de composição em tempo real. A descodificação dos símbolos na procura de uma linguagem traduzível em música expõe o processo criativo e abre a possibilidade de discussão, nomeadamente através de tertúlias ou workshops. Aliando uma lógica de seriedade com uma dinâmica informal, queremos por um lado dignificar todos os músicos, artistas e compositores envolvidos através de um sistema de encomenda de peças originais a serem estreadas na galeria Zaratan. Mas pretendemos igualmente tirar esses mesmos artistas da sua zona de conforto, quer seja um compositor que verá as suas ideias serem (trans)figuradas para o papel por um artista plástico, quer seja um artista plástico cuja obra tenha a finalidade de ser tocada, quer seja um músico improvisador que se veja obrigado a interpretar uma obra procurando sentido em símbolos que poderão ser mais ou menos abstractos. Temos igualmente a intenção de questionar a autoria das obras, uma vez que esta será repartida entre compositor, artista plástico, músicos.
Optamos pelo nome de escrituras em detrimento de “partituras gráficas”, uma vez que todas as partituras são gráficas e que nos parece necessário um novo termo para representar este objecto.
Serão encomendadas escrituras a um compositor e artista plástico diferentes a cada mês e será escolhido um grupo de músicos diferente para interpretar a peça num concerto em cada terceira 5ª feira de cada mês.


BIOS:

 

Monsieur Trinité
Monsieur Trinité é Francisco Trindade, descrito por Leonel Moura como dono de uma visão única do mundo e uma imaginação delirante, saltando em galope de uma conversa para outra. Enquanto músico, é fundador do grupo Potlach, membro do duo Sirius e colaborador regular de músicos como Sei Miguel ou Ernesto Rodrigues.

 

Bernardo Rodrigues Ná
Como amador sempre me envolvi com música, o suficiente para não a

conseguir abandonar, absorvendo e vertendo. Com as artes plásticas foi semelhante, mas

comecei a investir mais licenciando-me, e ao lidar mais de perto e com tempo próprio a

relação fortaleceu-se. Pintura, desenho, performance por vezes sonora ou musical são os

meios que me têm servido. Vejo a arte como uma maneira melhor de conviver com a

realidade.

CACTO 

CACTO é um projecto de improvisação livre entre os músicos, parceiros de longa data, Nuno

Torres e Ricardo Jacinto. A partir de um contexto de música electro-acústico têm desenvolvido um diálogo  instrumental

particular, com base no ruído e na experimentação sonora de cada um dos seus instrumentos.

Fortemente influenciados pela música concreta e espectral têm promovido o seu trabalho maioritariamente no campo da improvisação.

Têm colaborado entre outros músicos com Shiori Usui (voz), Manuel Mota (guitarra), Ricardo

Guerreiro (electrónica) e Aonghus McEvoy (guitarra).