SOPHIE MULLINS-POOLE | «Are we in this world?»
24 Julho 2025 16h00

SOPHIE MULLINS-POOLE | Are we in this world?
Estúdio Aberto | 24, 25, 26 e 27 de Julho 2025, 16h00-20h00
Conversa com a artista | 24 de Julho 2025, 18h00
Conversa com a artista | 24 de Julho 2025, 18h00
A Zaratan apresenta Are we in this world?, uma exposição pop-up da artista-em-residência Sophie Mullins-Poole, desenvolvida durante a sua residência de um mês em Lisboa. A exposição é complementada por uma conversa com a artista na Quinta-feira, 24 de Julho, às 18h00, e pelo lançamento de um póster em risografia de edição limitada, produzido em colaboração com a Stolen Prints.
“Passei grande parte da minha vida a observar a dissociação das pessoas da sua sociedade, mais especificamente, os sul-africanos brancos que perdem de vista a nossa história e se recusam a compreender os danos do nosso presente. As ramificações culturais e sociais do Apartheid incutiram o hábito do separatismo e da segregação de forma tão intensa que este entrou no nosso léxico corporal. A nossa tentativa desesperada de aliviar o medo de estar vivo num mundo largamente incognoscível resultou numa tentativa desmedida de categorizar e separar o nosso ambiente ao ponto de dividir o átomo, dividir a terra, dividir as raças, dividir o eu. Isto vem com o ver das diferentes emoções como opostas em vez de co-constitutivas, o ver da pluralidade natural como um problema a ser resolvido, e o viver de uma vida toldada pela ilusão de que estamos separados do solo, e de que é de facto possível existir sem consequências, sem deixar impressões digitais.
Somos criaturas profundamente permeáveis — celularmente — e as tentativas de contenção ou enjaulamento são, na maioria das vezes, um ato de domínio sobre os outros e sobre elementos de nós mesmos. Podemos tornar-nos insensíveis à dor que nos rodeia, mas, ao fazê-lo, cortamos a capacidade de nos conectarmos verdadeiramente, tornamos a nossa compreensão superficial, de modo que as profundezas permanecem como um charco periférico, no qual nunca se entra nem se olha verdadeiramente.
Lanço fora os meus sentidos. O que resta?”
— Sophie Mullins-Poole
BIOGRAFIA:
SOPHIE FLORENCE MULLINS-POOLE é uma investigadora e artista interdisciplinar sul-africana, natural de Makhanda, Cabo Oriental. Filha de dois artistas, esteve desde a infância imersa no meio artístico e cultural sul-africano e tornou-se politicamente ativa como ativista desde os dezasseis anos. Com um Mestrado em Artes e Literatura Contemporâneas, Intervenções Culturais e Justiça Social, o seu trabalho artístico utiliza conceitos e práxis das ciências sociais, com raízes na teoria decolonial feminista. Vê a cultura como uma narrativa, um ato maleável, antigo e cíclico de construir o mundo e, por sua vez, ser construído por ele — vendo, portanto, a cultura como algo que pode ser diretamente abordado, alimentado e alterado. Sophie trabalhou com diversas formas de arte e média, incluindo pintura, talha em Rapoko, tecelagem, escrita, cenografia, curadoria, fotografia e cinema. A sua investigação tem-se focado na cultura e na de/colonialidade, particularmente no contexto sul-africano, lidando explicitamente com as realidades contemporâneas do colonialismo de povoamento, tal como são experienciadas a nível social, cultural e pessoal. Ao recorrer às ciências sociais, à criação artística e ao ativismo, o seu trabalho (em qualquer um destes campos) procura ser orientado para a ação e para o impacto. O seu trabalho atual assume uma forma diarística, explorando a resistência contemporânea e histórica ao império e o desejo por um futuro diferente, mas fundamentalmente incognoscível — debatendo-se com o sentimento de se estar preso na beira de um precipício, com demasiado medo para olhar para o abismo e incapaz de recuar.
SOPHIE FLORENCE MULLINS-POOLE é uma investigadora e artista interdisciplinar sul-africana, natural de Makhanda, Cabo Oriental. Filha de dois artistas, esteve desde a infância imersa no meio artístico e cultural sul-africano e tornou-se politicamente ativa como ativista desde os dezasseis anos. Com um Mestrado em Artes e Literatura Contemporâneas, Intervenções Culturais e Justiça Social, o seu trabalho artístico utiliza conceitos e práxis das ciências sociais, com raízes na teoria decolonial feminista. Vê a cultura como uma narrativa, um ato maleável, antigo e cíclico de construir o mundo e, por sua vez, ser construído por ele — vendo, portanto, a cultura como algo que pode ser diretamente abordado, alimentado e alterado. Sophie trabalhou com diversas formas de arte e média, incluindo pintura, talha em Rapoko, tecelagem, escrita, cenografia, curadoria, fotografia e cinema. A sua investigação tem-se focado na cultura e na de/colonialidade, particularmente no contexto sul-africano, lidando explicitamente com as realidades contemporâneas do colonialismo de povoamento, tal como são experienciadas a nível social, cultural e pessoal. Ao recorrer às ciências sociais, à criação artística e ao ativismo, o seu trabalho (em qualquer um destes campos) procura ser orientado para a ação e para o impacto. O seu trabalho atual assume uma forma diarística, explorando a resistência contemporânea e histórica ao império e o desejo por um futuro diferente, mas fundamentalmente incognoscível — debatendo-se com o sentimento de se estar preso na beira de um precipício, com demasiado medo para olhar para o abismo e incapaz de recuar.
ZARATAN – Arte Contemporânea | Rua de São Bento 432, 1250-221 Lisboa
APOIO | República Portuguesa – Cultura, Juventude e Desporto / Direção-Geral das Artes / Direção-Geral das Artes
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