DARIA GONCHAROVA | «Ritualizing Uncertainty»

26 Março 2025 16h00

DARIA GONCHAROVA | Ritualizing Uncertainty

Exposição | 26>29 de Março de 2025, 16:00-20:00
Conversa com a Artista | 29 de Março de 2025, às 18:00

A Zaratan tem o prazer de apresentar Ritualizing Uncertainty, uma exposição pop-up desenvolvida por Daria Goncharova durante uma residência de um mês em Lisboa.
A prática de Daria centra-se na linguagem como uma ferramenta para lidar com as estruturas sociais. O seu trabalho foca-se em como o significado é construído e desconstruído. Aborda frequentemente questões de comunicação através de vários sistemas: linguísticos, burocráticos, culturais, etc., concentrando a sua atenção nas construções frágeis dentro da sociedade.
O seu projeto mais recente explora o processo de ser hospede como uma prática ética, partindo da premissa de que a relação entre convidado e anfitrião nunca é neutra; é um processo de tradução constante definido tanto pelo convite como pelas regras.
O hospede é uma figura nem totalmente integrada nem totalmente estranha, oscilando entre condições e fronteiras claramente definidas, por um lado, e em constante mudança, por outro. Em Ritualizing Uncertainty, condição de hospede é vista como uma condição de negociação, uma posição instável que requer adaptação constante de ambos os lados.
Para compreender a dinâmica da condição de hospede—a sua definição, encenação, imposição e desafios—Daria utilizou performances participativas no espaço público. Estas performances recolheram respostas do público a perguntas que exploravam o significado de "convidado" e a sua perceção.
Esta pesquisa culmina numa exposição que recria um ambiente doméstico, onde objetos, têxteis e fotografias evocam familiaridade. No entanto, esta ilusão é subvertida por narrativas de deslocação, revelando a instabilidade inerente à condição de convidado.
A exposição é complementada por uma conversa com a artista, a 29 de Março às 18:00, e pelo lançamento de um poster risográfico de edição limitada, a 25 de Março.

BIOGRAFIA | A prática de DARIA GONCHAROVA preocupa-se com a linguagem como uma espécie de ferramenta para lidar e interpretar estruturas sociais. Reflete sobre as camadas dentro da sociedade, focando nas construções frágeis encontradas tanto no seu núcleo como nas suas margens. Um interesse no objeto do quotidiano e o trabalho com a sua imagem informam o seu trabalho. Através da lente da semiótica e do conceito de falha, explora as estruturas de comodificação. Isto muitas vezes leva-a a investigar os quadros de fenómenos específicos, que aborda através de interações com sistemas - linguísticos, burocráticos, etc. No centro do seu trabalho está também um foco em como o significado é construído e desconstruído. Daria trabalha frequentemente com montagem e a recontextualização de objetos. Num mundo onde a funcionalidade muitas vezes determina o valor, Daria procura perturbar esta lógica, despojando estes objetos da sua utilidade prática. Desta forma, os objetos deixam de ser mercadorias e tornam-se, em vez disso, uma espécie de símbolo da situação. O conceito de falha serve como um elemento-chave nesta transformação. Objetos que já não servem o seu propósito pretendido - cadeiras partidas, objetos descartados - não são vistos como sem valor, mas como portadores de potencial inexplorado. A sua falha no quadro da utilidade abre um espaço para o diálogo sobre a fragilidade dos sistemas, sejam eles económicos, sociais ou políticos.

APOIO | A Zaratan – Arte Contemporânea é uma estrutura apoiada pela República Portuguesa – Cultura / Direção-Geral das Artes. A residência de Daria é apoiada pela União Europeia e pelo Goethe-Institut, através do programa Culture Moves Europe.