As Sessões da Buganvília resgatam uma inspiração botânica para a realização de cruzamentos diíbridos mensais, consumados na reunião de projecções vídeo e concertos de música, pondo em confronto e fazendo colidir até à fusão a ordem própria destas duas naturezas. As projecções vídeo tomam a forma de uma selecção de trabalhos organizados e transcritos numa edição em formato VHS, sendo esta mesma edição projectada durante cada sessão, num primeiro momento das sessões. Em complemento, os concertos podem sugerir (ou divergir) na relação para com as imagens em movimento previamente apresentadas, quer na sua relação formal e conceptual, quer na relação autoral que alguns artistas possuem para com os dois meios de criação, muitas vezes indissociáveis e complementares. As Sessões da Buganvília são organizadas por António Caramelo a convite da Zaratan, que imaginou a instalação no pátio da galeria uma Buganvília como condição mediadora da curadoria deste ciclo de sessões. O artista convidado nesta sexta sessão, a 12 de Dezembro, é Fernando J. Ribeiro, seguido de concerto por Jejuno.


BIOS

Fernando. J. Ribeiro
Fernando. J. Ribeiro nasceu e vive em Lisboa. Curso de Artes Gráficas da Escola Secundária António Arroio, Lisboa, 1984; licenciatura em Artes Plásticas – Pintura na FBAUL, Lisboa, 1994, mestrado em Ciências da Comunicação, Universidade Nova de Lisboa, 2000. Exposições Individuais recentes : Self-Service, Sismógrafo, Porto, 2014, Thank You, Danke, Xie Xie, projeto Montra, Escola Arte Ilimitada Lda, Lisboa, 2013; Close-up, Espaço Campanhã, Porto, 2012; Horizonte e Outros Brilhos, galeria Presença, Porto, 2009; Untitled: Neons and Chanel, A Certain Lack of Coherence, Porto, 2009. Performances recentes: Home Sweet Hole, in International Performance Festival, Noseland, Zurich, 2015; Lol Spam Lol, Festival Verão Azul, Lagos, Portugal, 2012; Tell Me My Name, Projecto Contentores, Docas de Alcântara, Lisboa, 2010; Blind Date, Galeria Caroline Pagès, Lisboa, 2009. Artista representado em diversas colecções particulares, Portugal; incluindo colecção Ivo Martins, Portugal, em depósito no Museu de Serralves, Porto. 


Jejuno
Jejuno, nome artístico de Sara Rafael, portadora de uma electrónica anímica, feita e contrafeita a escassa luz, cria um espaço mental de conteúdo multi-referencial e esparso. Cascatas de teclados de onde se erguem melodias etéreas e drones subterrâneos, transfiguram-se em mantras alimentados pela voracidade parcimoniosa dos verdadeiros exploradores. Ao chamamento de elementos da cultura popular ou às visões cosmológicas sob o filtro do psicadelismo, acrescente-se a torrente de convulsões e ritmos, dispostos em algum caos organizado de ouvido posto na melodia. Um olhar desfocado, mas convictamente apaixonado, sobre a realidade – e o tudo o que se encontra para além dela.