THE INCREDIBLE, EDIBLE, AKYNOS | “The Cookout: Guess Who's Coming to Dinner”

22 Abril 2021 16h00

Zaratan AIR | Open Studio

THE INCREDIBLE, EDIBLE, AKYNOS | “The Cookout: Guess Who's Coming to Dinner”

ABERTO | 22-23-24-25 Abril 2021
HORÁRIO | Qui-Sex, 16:00-20:00 / Sab-Dom, 10:00-12:00
ARTIST TALK | 25 Abril, 11:00
APOIO | República Portuguesa – Cultura / Direção-Geral das Artes
INFO | residencies@zaratan.pt

Temos o prazer de apresentar "The Cookout: Guess Who's Coming to Dinner”, uma exposição performativa de The Incredible, Edible, Akynos, artista nova-iorquina sediada em Berlim em residência na Zaratan.
O consumo inconsciente do corpo negro veio às custas de figuras como Hottentot, Henrietta Lacks e Nat Turner. A história do colonialismo exalta a extracção da suculência da pele escura, reprimindo a influência que a cultura africana têm nos nossos apetites culinários, artísticos e sociais. Do desporto à moda, à arte, a mercantilização da negritude consome o nosso ser e repete-se num ciclo sem fim.

“The Cookout: Guess Who's Coming To Dinner” é uma reiteração de um primeiro projecto apresentado em Berlim em 2020, onde a artista explora temas relacionados à comida e os seus cruzamentos com as experiências negras sobre as políticas de raça, da imigração, de classe. Este trabalho tornou-se a base de investigação do seu mestrado no Goddard College (Vermont), onde desenvolveu a sua tese intitulada “The Greatest Revenge”, que documenta as suas viagens pelos quatro continentes a procura de um novo começo através da romantização da relação entre comida e arte.

Nesta exposição, a comida é incorporada numa experiência sensorial revelando o consumo dos corpos nus dos negros. Como um pacote de açúcar que já valeu mais do que ouro e agora custa apenas alguns centavos, “Guess Who's Coming To Dinner” foca-se no papel fundamental, porém desvalorizado, dos negros em todos os reinos da existência.

O público será exposto a uma experiência imersiva que inclui uma instalação de luz, som, imagens e alimentos criados a partir da experiência negra transatlântica preparados pelas mãos da artista. Neste cardápio cuidadosamente elaborado estarão frango ao curry, 'maccaroni and cheese', 'cornbread” e corpos negros.

Os participantes são encorajados a confirmar a sua presença para aumentar as suas chances de desfrutar das criações comestíveis.

[*No contexto da pandemia Covid-19, para visitar a exposição é obrigatório o uso de máscara sanitária e a entrada é sujeita a lotação máxima, no respeito das normas de higiene e segurança.]
 

BIO: THE INCREDIBLE, EDIBLE, AKYNOS, também conhecida por M.F. AKYNOS (MFA), é uma stripper multi-dimensional. Influenciada pela dança africana, a diáspora Negra, a música pop e o espírito selvagem das trabalhadoras do sexo, o seu trabalho tenciona derrubar o patriarcado e definir nos seus próprios termos o significado de ser uma mulhxr num corpo Negro. Autodidata da dança que funde hip-hop, jazz, raqs sharqi e booty-popping para moldar suas rotinas e conceitos de performance, tornou-se uma estudante regular de dança da África Ocidental e foi aluna de Maguetta Camara nas escolas Alvin Ailey & Peridance Dance Center em Nova York. De momento está a concluir um mestrado interdisciplinar de Belas Artes (MFA) no Goddard College, que obriga a representação e reavaliação social dos profissionais do sexo através da criação de curtas-metragens como “Whore Logic” (2013) e “Hor” (2018), dos seus escritos publicados e do seu próprio blog Black Heaux. Com apresentações ao vivo nos Estados Unidos, Canadá, Europa, África, Austrália, Caribe e América do Sul, Akynos percorreu todos os formatos da indústria de entretenimento para adultos. Imigrante da Jamaica, criada na selva de cimento, foi destaque no The New York Times (2018) ao lado da estrela do rock burlesque Aurora BoobRealis. A sua experiência como modelo na página central e na capa no clássico “Black Tail Magazine” dos anos 90 prepararia o seu caminho para se tornar a coordenadora de arte da Desiree Alliance Conference (2014-2016), liderando a organização do maior protesto de rua da conferência em New Orleans, LA 2016. Em 2018 criou a sua própria organização de artes filantrópicas, “The Black Sex Worker Collective”, como uma resposta à legislação opressiva contra as profissionais do sexo nos Estados Unidos. Agora reconhecida mundialmente, a organização usa o activismo artístico para abordar questões sobre os direitos trabalhistas, a igualdade de género e a reforma da imigração, entrelaçando esses temas no contexto do trabalho sexual. Fugindo da instabilidade da sua vida em Nova York e embarcando numa viagem por quatro continentes em busca de casa, estabeleceu-se em Berlim em 2019.

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