TO PLAY IN THE DARK de Fernando Fadigas
4 Dezembro 2014 19h00
TO PLAY IN THE DARK
de Fernando Fadigas
3 Dezembro 19 horas
WHIT (Experimental turntablism)
4 Dezembro 19 horas
MOONRISE (Concerto)
9 Dezembro 19 horas
PRODUCERS (Improvisação electrónica)
12 Dezembro 19 horas
DESENHO DE RUÌDO (Performance mixed media)
4- 9- 12 Dezembro 19.30 horas
UNDERCURRENT (Vídeo projecção 4'34”)
IN.LAND (Peça sonora 8')
Em concomitância com a exposição, o artista apresenta “To play in the dark”, uma série de concertos que atravessam diferentes abordagens exploratórias do som. Como o nome indica todos eles remetem para a escuridão como forma de dar primazia à escuta, muito embora "MOONRISE" seja a única peça dependente da imagem, neste caso da fotografia que é transformada em som. Para além disso faz todo o sentido reunir nesta exposição, alguns dos mais interessantes projectos que Fernando Fadigas partilha com outros autores e amigos. Whit é um quarteto de improvisação que opera o gira-discos e o vinil como instrumentos.
No projecto Producers utiliza-se a electrónica nas mais variadas expressões através dos mais variados artefactos, como circuitos analógicos, fitas, sintetizadores ou samples. Na mesma sala acontecerão as projecções do vídeo “UNDERCURRENT” e da peça sonora “IN.LAND”.
Undercurrent ( 4' 34”) é uma instalação audiovisual imersiva sobre escapatória e utiliza os sons da água e a sua imprevisibilidade para construir uma narrativa sonora que não é mais do que um percurso em apneia. Foi filmada durante o inverno dentro de um rio em Aljezur e mostra-nos um percurso entre o ponto A e o B, através da sua corrente profunda. Este vídeo transporta o som para o primeiro plano e apresenta-nos vários aspectos sensoriais e algumas peculiaridades dos fenómenos acústicos subaquáticos. O ecrâ a negro é exactamente o imperativo para sublinhar tudo isto e enfatizar o som, os detalhes e a sua espacialização. Como uma metáfora de sobrevivência neste mergulho, neste ambiente claustrofóbico, as poucas imagens concretas que aparecem dão-nos as coordenadas certas para fnalizar numa espécie de salvação, como um clássico happy end. "Desenho de ruído" é uma performance mixed media que relaciona som e desenho. Transforma-se o acto de desenhar em ruído e desenvolve-se esta acção de modo a torna-la visível, concretizada numa imagem fxa. O som resultante da fricção e manipulação das chapas é processado, com este metal foram construídos discos que rodam num gira-discos. O desenhador gera e sente o som processado que é devolvido ao espaço, o resultado fnal da performance transforma a chapa numa matriz para a impressão de uma gravura.
In.Land ( 8') é uma peça sonora sobre espaço interior e exterior, sobre a terra e a sua matéria. Neste trabalho, que se confgura como uma representação das diferentes camadas acústicas e ambientes sonoros, existem diferentes ruídos e samples captados no interior da terra. Vários dos fragmentos que compõem a peça foram gravados com microfones enterrados em campos agrícolas, colocados em poços secos, imersos em rios e mar; Outros revelam diferentes substancias e fenómenos acústicos associados como o chocar das pedras, as ondas e as areias, o fogo e o descongelamento de microfones previamente congelados.
Por outro lado, alguns dos sons pertencem a várias improvisações ao vivo, onde o som foi modulado a partir de uma experiência de ebulição realizada num laboratório portátil, instalado no palco. Com esta particularidade a peça estreou-se no EMS13, “Electroacoustic Music in the Context of Interactive Approaches and Networks” na CGD-Culturgest em Lisboa em 2013. Na primeira versão e com captações locais, estreou-se ao vivo na exposição Spin Techs organizada pelo Pogo e a Associação Nervos em Abrantes 2012.
"Desenho de ruído" é uma performance mixed media que relaciona som e desenho. Transforma-se o acto de desenhar em ruído e desenvolve-se esta acção de modo a torna-la visível, concretizada numa imagem fxa. O som resultante da fricção e manipulação das chapas é processado, com este metal foram construídos discos que rodam num gira-discos. O desenhador gera e sente o som processado que é devolvido ao espaço, o resultado fnal da performance transforma a chapa numa matriz para a impressão de uma gravura.
BIO
Fernando Fadigas
Fernando Fadigas (Oeiras,1968) é artista sonoro e multimédia, editor, programador de música e artes experimentais. Fez estudos em Artes Visuais, Arte Multimédia, Som, Fotografia e Tipografia. Tem preferência pelo desenvolvimento de trabalhos coletivos, projetos artísticos site-specific e improvisação sonora. Os seus focos de interesse assentam na relação do som com a imagem em movimento, a fotografia, o desenho e a performance, com a psíco-acústica e os fenómenos associados à sinestesia. Nas suas peças encontram-se influências da música experimental e electrónica, de estéticas como soundscape, noise, glitch, techno, drone e industrial. Deambula entre paisagens sonoras mínimais e ambientes de ruído analógico e digital. Em diferentes contextos, o seus trabalhos dividem-se em concertos, dj sets, performances multimedia e instalações sonoras. Ao vivo, tendo em conta as propriedades acústicas de cada espaço, faz um equilíbrio entre a nova e a velha tecnologia, manipulando diversos geradores de som como circuitos electrónicos, software, síntese analógica, fitas, discos de vinil originais e modificados. Dirige com Miguel Sá a editora e promotora Variz.org, neste âmbito programam concertos e festivais de música electronica e partilham projectos como Producers (improvisação electronica) ou Tra$h Converters (Dj set). É membro do coletivo artístico Pogo Teatro desde 1998, produzindo peças sonoras para Teatro, Performance, Instalações Multimédia, colaborando ainda na curadoria de exposições.