SESSÕES NA CARVOARIA #9 - Concertos de Música Irreverente | Flak + Luís Lopes
8 Julho 2015 19h00
Em colaboração com a Associação Terapêutica do Ruído, a Zaratan tem vindo a desenvolver uma programação musical regular de concertos experimentais, intervenções sonoras e outros ruídos. As "Sessões da Carvoaria" tomam o nome da sala que as abriga: um espaço com o chão de terra que antigamente era usado para armazenar carvão. Esta sessão apresenta os concertos de Flak (PT) + Luís Lopes (PT)
Movida pelo desejo de intensificar as relações entre a música e as artes visuais, esta programação tem sido também acompanhada por um projecto específico de edições gráficas em parceria com a 1359. Nesta sessão da Carvoaria, teremos como artista convidado Xavier Almeida (PT) que criou as paisagens sonoras impressas em risografia inspiradas nas frequências auditivas de cada músico.
BIOS
Flak
Pseudónimo de João Pires de Campos, é um músico português. É um dos fundadores dos Rádio Macau e produtor de discos de Requiem Pelos Vivos, Jorge Palma, Entre Aspas, Alexandre Garret, MAU, Bunnyranch, entre outros. Começou por tocar bateria. Depois de um assalto à sala de ensaios passou a tocar guitarra. Em 1983 foi fundador, com Xana e Alex, dos Rádio Macau. O primeiro álbum foi editado em 1984. Em 1988 produziu um disco dos Requiem Pelos Vivos. Durante algum tempo escreveu crónicas semanais para o jornal "Se7e". Em 1989 produziu o álbum "O Rapaz do Trapézio Voador" dos Rádio Macau. Toca também com a Sétima Legião. Começou a estudar música e a frequentar o Hot Club. Forma os Máquina de Almoço dá Pancadas em 1990. Participam na compilação "Em Tempo Real" da El Tatu. Participa na compilação "Insurrectos" com "Abstracções Do Peixe oP23".
Em 1992 produz o álbum "A Marca Amarela" dos Rádio Macau. Actua com os Cavacos, onde era o John Cavaco. Toca com o Palma's Gang e com os Plopoplot Pot de Nuno Rebelo. Produz o álbum de estreia de Xana em 1994. No ano seguinte colabora com Jorge Palma no tema "+ 1 Comboio" na compilação "Espanta Espíritos". Em 1997 colabora com Sérgio Godinho no disco "Domingo No Mundo". Lançou o seu disco de estreia a solo em 1998. Dois dos temas apresentados ao vivo na Antena3 são incluídos na compilação "Ao Vivo Na Antena3". Em 2001 forma, com Carlos Morgado e depois com Cláudia Efe, os Micro Audio Waves. Edita também “ Onde o tempo faz a curva “ com os Rádio Macau. O álbum "No Waves", dos Micro Audio Waves lançado em 2004, foi considerado como um dos mais excitantes álbuns do ano por John Peel da BBC Radio One, e ganhou o Qwartz Electronic Music Awards em Paris em 2006 (melhor álbum e melhor videoclip). Escreve a música do filme "Quarto Andar" de José Nascimento. Em 2007 produz “Vôo nocturno”, trabalho de Jorge Palma que chegou às 3 platinas. Estreia também no Forum Lisboa uma banda Sonora de sua autoria para o filme “Lisboa crónica anedótica” de Leitão de Barros. Já em 2008, os Rádio Macau editam o álbum "8". Ainda nesse ano actua na sala MusicBox com os The Stroke Lunch Machine, nome que é uma referência aos A Máquina de Almoço Dá Pancadas. Tratou-se de uma "Electro-Acoustic Groove Party" que incluiu músicas do seu álbum a solo, duas canções cantadas por Cláudia Efe e outras duas interpretadas por Luísa Gonçalves. Em 2009 grava com os Micro Audio Waves a banda sonora de “Zoetrope” um espectáculo em colaboração com Rui Horta. Em 2012 produz “Com todo o respeito”, de Jorge Palma e “Vôos Domésticos” dos GNR. Entretanto e sem muita pressa vai compondo e trabalhando num conjunto de novas canções que agora vêem finalmente a luz do dia. “Nada Escrito” é o nome genérico de um trabalho que reune 11 canções compostas sobre textos de Pedro Malaquias, Vitor Lindegaard, Camões e Cesário Verde.»
Luís Lopes
Como muitos adolescentes portugueses, comecei a tocar guitarra no liceu, com amigos, por volta dos 14 anos. Apenas para curtir. Não pensava desenvolver muito. Depressa, pelos 17 anos, comecei a agrupar-me em bandas de rock para tocar e construir as nossas próprias músicas. Queria rockar! Electricidade! Nessa fase ouvia muito punk, hardcore e metal. As bandas eram viradas para esse estilo, embora muito eclécticas, mas essencialmente isso. Gravámos umas maquetas, fizemos uns concertos, etc. nada de especial. Depois, por volta dos 23, estava doido com bandas como os Led Zeppelin, Doors, Jimi Hendrix, Deep Purple, Black Crows, Primal Scream, etc. esse tipo de rock'n'roll. Fiz umas bandas de covers, andámos para aí a rodar pelos bares, e foi só curtir, até me fartar é claro! Atrás vieram também os Blues. Passei anos a sacar as malhas dos heróis do blues guitar, e a tocar pelos bares de Lisboa e arredores. Ao mesmo tempo comecei a ouvir jazz e blues em casa do meu tio, onde ia passar férias. Ele tinha milhares de discos, também de música clássica/erudita. Era um apaixonado pela música e arte em geral, livros também. Levava-nos também ao domingo à Ópera, Música Clássica e Ballet Clássico e contemporâneo, o que foi também um forte complemento. Ele ouvia nessa altura também muito jazz, e como todos os amantes desta música, só queria que nós ouvíssemos o que estava a ouvir. Por vezes oferecia-me alguns discos. Nessa altura não tinha dinheiro para comprar discos. Levava um gravador de cassetes para casa dele e passava os dias a gravar. Estava completamente apaixonado pelo Jazz. Inscrevi-me então na escola de Jazz do Hot Clube Portugal, por volta dos 21 anos. Fiquei apenas um ano, pois queria era rockar! No entanto, mais tarde voltei para a escola de jazz e por lá estive mais 3 anos. Nessa altura arranjei um trabalho em part-time na secção de Jazz da loja de discos da Megastore da Valentim de Carvalho para pagar os estudos que eram uma fortuna para mim. Por lá tive contacto com um universo tremendamente maior do que alguma vez imaginei, incluindo o da música improvisada concreta. Conheci então músicos ligados a esta música, incluindo o saxofonista Joe Giardullo, que me passou informação gigante que complementou a matéria aprendida na escola, que era muito pouco, fraquíssimo! E pronto, aí estou ao lado de outros companheiros mergulhado até ao pescoço nesta música maldita.
Xavier Almeida
Xavier Almeida (1980, Ovar) vive e trabalha actualmente em Lisboa.
Em 2008 foi nomeado para o Young Illustrator Award e, consequentemente, expôs no Illustrative em Zurich; ganhou o Prémio Design Briefing na categoria de Multimédia, com o separador de animação para a MTV Portugal.
Entre 2007 e 2010, realizou o mestrado clássico com o tema "Arquitectura e manifestações artísticas não-institucionais no espaço público urbano", sob orientação de Pedro Bandeira e Joana Pimentel e com a participação de Álvaro Siza, Pedro Gadanho e Pieter Bannenberg (NL Architects). É seleccionado para os Jovens Criadores ’09 onde obtém o prémio na área de ilustração. Ainda em 2009 recebe o 1º prémio na categoria Motion Graphics, no Festival Internacional de cinema de Animação Digital de Beja (Animatu) com o videoclip "At the dance"; e trabalha como assistente de artista no Atelier Van Lieshout em Roterdão, Holanda. Colaborou com a artista Fernanda Fragateiro entre 2010 e 2014. Em Março de 2011 publicou o artigo "I Love Espaço Público" na revista Arq/A e em Agosto foi artista residente em Copenhaga - Christiania Researcher In Residence (CRIR). Desde 2012 que colabora em ilustração com a revista online The Rumpus com base em São Francisco, EUA.Expõe regularmente desde 2010, principalmente em Lisboa, com passagens pelo Porto, Aveiro, Évora, Faro, Sevilha, Zurique e Londres. Conta com uma exposição censurada pela Casa Independente (Lisboa) em 2013 relativa à Novela Pornográfica.
Movida pelo desejo de intensificar as relações entre a música e as artes visuais, esta programação tem sido também acompanhada por um projecto específico de edições gráficas em parceria com a 1359. Nesta sessão da Carvoaria, teremos como artista convidado Xavier Almeida (PT) que criou as paisagens sonoras impressas em risografia inspiradas nas frequências auditivas de cada músico.
BIOS
Flak
Pseudónimo de João Pires de Campos, é um músico português. É um dos fundadores dos Rádio Macau e produtor de discos de Requiem Pelos Vivos, Jorge Palma, Entre Aspas, Alexandre Garret, MAU, Bunnyranch, entre outros. Começou por tocar bateria. Depois de um assalto à sala de ensaios passou a tocar guitarra. Em 1983 foi fundador, com Xana e Alex, dos Rádio Macau. O primeiro álbum foi editado em 1984. Em 1988 produziu um disco dos Requiem Pelos Vivos. Durante algum tempo escreveu crónicas semanais para o jornal "Se7e". Em 1989 produziu o álbum "O Rapaz do Trapézio Voador" dos Rádio Macau. Toca também com a Sétima Legião. Começou a estudar música e a frequentar o Hot Club. Forma os Máquina de Almoço dá Pancadas em 1990. Participam na compilação "Em Tempo Real" da El Tatu. Participa na compilação "Insurrectos" com "Abstracções Do Peixe oP23".
Em 1992 produz o álbum "A Marca Amarela" dos Rádio Macau. Actua com os Cavacos, onde era o John Cavaco. Toca com o Palma's Gang e com os Plopoplot Pot de Nuno Rebelo. Produz o álbum de estreia de Xana em 1994. No ano seguinte colabora com Jorge Palma no tema "+ 1 Comboio" na compilação "Espanta Espíritos". Em 1997 colabora com Sérgio Godinho no disco "Domingo No Mundo". Lançou o seu disco de estreia a solo em 1998. Dois dos temas apresentados ao vivo na Antena3 são incluídos na compilação "Ao Vivo Na Antena3". Em 2001 forma, com Carlos Morgado e depois com Cláudia Efe, os Micro Audio Waves. Edita também “ Onde o tempo faz a curva “ com os Rádio Macau. O álbum "No Waves", dos Micro Audio Waves lançado em 2004, foi considerado como um dos mais excitantes álbuns do ano por John Peel da BBC Radio One, e ganhou o Qwartz Electronic Music Awards em Paris em 2006 (melhor álbum e melhor videoclip). Escreve a música do filme "Quarto Andar" de José Nascimento. Em 2007 produz “Vôo nocturno”, trabalho de Jorge Palma que chegou às 3 platinas. Estreia também no Forum Lisboa uma banda Sonora de sua autoria para o filme “Lisboa crónica anedótica” de Leitão de Barros. Já em 2008, os Rádio Macau editam o álbum "8". Ainda nesse ano actua na sala MusicBox com os The Stroke Lunch Machine, nome que é uma referência aos A Máquina de Almoço Dá Pancadas. Tratou-se de uma "Electro-Acoustic Groove Party" que incluiu músicas do seu álbum a solo, duas canções cantadas por Cláudia Efe e outras duas interpretadas por Luísa Gonçalves. Em 2009 grava com os Micro Audio Waves a banda sonora de “Zoetrope” um espectáculo em colaboração com Rui Horta. Em 2012 produz “Com todo o respeito”, de Jorge Palma e “Vôos Domésticos” dos GNR. Entretanto e sem muita pressa vai compondo e trabalhando num conjunto de novas canções que agora vêem finalmente a luz do dia. “Nada Escrito” é o nome genérico de um trabalho que reune 11 canções compostas sobre textos de Pedro Malaquias, Vitor Lindegaard, Camões e Cesário Verde.»
Luís Lopes
Como muitos adolescentes portugueses, comecei a tocar guitarra no liceu, com amigos, por volta dos 14 anos. Apenas para curtir. Não pensava desenvolver muito. Depressa, pelos 17 anos, comecei a agrupar-me em bandas de rock para tocar e construir as nossas próprias músicas. Queria rockar! Electricidade! Nessa fase ouvia muito punk, hardcore e metal. As bandas eram viradas para esse estilo, embora muito eclécticas, mas essencialmente isso. Gravámos umas maquetas, fizemos uns concertos, etc. nada de especial. Depois, por volta dos 23, estava doido com bandas como os Led Zeppelin, Doors, Jimi Hendrix, Deep Purple, Black Crows, Primal Scream, etc. esse tipo de rock'n'roll. Fiz umas bandas de covers, andámos para aí a rodar pelos bares, e foi só curtir, até me fartar é claro! Atrás vieram também os Blues. Passei anos a sacar as malhas dos heróis do blues guitar, e a tocar pelos bares de Lisboa e arredores. Ao mesmo tempo comecei a ouvir jazz e blues em casa do meu tio, onde ia passar férias. Ele tinha milhares de discos, também de música clássica/erudita. Era um apaixonado pela música e arte em geral, livros também. Levava-nos também ao domingo à Ópera, Música Clássica e Ballet Clássico e contemporâneo, o que foi também um forte complemento. Ele ouvia nessa altura também muito jazz, e como todos os amantes desta música, só queria que nós ouvíssemos o que estava a ouvir. Por vezes oferecia-me alguns discos. Nessa altura não tinha dinheiro para comprar discos. Levava um gravador de cassetes para casa dele e passava os dias a gravar. Estava completamente apaixonado pelo Jazz. Inscrevi-me então na escola de Jazz do Hot Clube Portugal, por volta dos 21 anos. Fiquei apenas um ano, pois queria era rockar! No entanto, mais tarde voltei para a escola de jazz e por lá estive mais 3 anos. Nessa altura arranjei um trabalho em part-time na secção de Jazz da loja de discos da Megastore da Valentim de Carvalho para pagar os estudos que eram uma fortuna para mim. Por lá tive contacto com um universo tremendamente maior do que alguma vez imaginei, incluindo o da música improvisada concreta. Conheci então músicos ligados a esta música, incluindo o saxofonista Joe Giardullo, que me passou informação gigante que complementou a matéria aprendida na escola, que era muito pouco, fraquíssimo! E pronto, aí estou ao lado de outros companheiros mergulhado até ao pescoço nesta música maldita.
Xavier Almeida
Xavier Almeida (1980, Ovar) vive e trabalha actualmente em Lisboa.
Em 2008 foi nomeado para o Young Illustrator Award e, consequentemente, expôs no Illustrative em Zurich; ganhou o Prémio Design Briefing na categoria de Multimédia, com o separador de animação para a MTV Portugal.
Entre 2007 e 2010, realizou o mestrado clássico com o tema "Arquitectura e manifestações artísticas não-institucionais no espaço público urbano", sob orientação de Pedro Bandeira e Joana Pimentel e com a participação de Álvaro Siza, Pedro Gadanho e Pieter Bannenberg (NL Architects). É seleccionado para os Jovens Criadores ’09 onde obtém o prémio na área de ilustração. Ainda em 2009 recebe o 1º prémio na categoria Motion Graphics, no Festival Internacional de cinema de Animação Digital de Beja (Animatu) com o videoclip "At the dance"; e trabalha como assistente de artista no Atelier Van Lieshout em Roterdão, Holanda. Colaborou com a artista Fernanda Fragateiro entre 2010 e 2014. Em Março de 2011 publicou o artigo "I Love Espaço Público" na revista Arq/A e em Agosto foi artista residente em Copenhaga - Christiania Researcher In Residence (CRIR). Desde 2012 que colabora em ilustração com a revista online The Rumpus com base em São Francisco, EUA.Expõe regularmente desde 2010, principalmente em Lisboa, com passagens pelo Porto, Aveiro, Évora, Faro, Sevilha, Zurique e Londres. Conta com uma exposição censurada pela Casa Independente (Lisboa) em 2013 relativa à Novela Pornográfica.