Tridecasónico

6 Junho 2019 19h00

Matriz de barro vertical directo ao céu,
palavras alinhadas vindas de um discurso interior:
episódios de trauma, sangue e violência.
Aquele que sobe a montanha para auscultar o suspiro do ar,
içar a corda, lançar um trajecto e amplificá-lo.
Risco, rabisco, percussão tacteada de olhos fechados no suporte.
Na pele do tambor, há toque imagem, há som retina.
A máquina como metrónomo do prazer.
Erradicar a linguagem pé ante pé,
ouvem-se histórias de outrora, enquadradas numa taberna perdida,
repostas assim, tal qual o local previsto e marcado à hora certa.
Linguagem gestual, tradução livre de frequências baixas para melhor sentir o quão perto estamos.
Água, gota, gelo, mar, suave movimento para um breve exercício de afogamento.
Qual a coisa mais bonita que já te disseram?
Knock knock, knock knock, porta semiaberta em direcção ao silêncio,
memórias de infância num barco à deriva no mar.
A ansiedade no decurso da vida,
espreita o exterior em forma de revisitação,
um, três, dez, som.