SUBSTRATO #4 | Nádia Duvall | «Le Boeuf Écorché»
3 Julho a 20 Julho

SUBSTRATO #4
Nádia Duvall | Le Boeuf Écorché
Nádia Duvall | Le Boeuf Écorché
ABERTO | 3 Julho – 20 Julho 2025
HORÁRIOS | Qua-Dom, 16:00-20:00
VISITA GUIADA COM INTERPRETE LGP | 19 Julho às 18:00
ATELIÊ PARA CRIANÇAS | 12 Julho às 10:30
APOIO | República Portuguesa – Cultura / Direção-Geral das Artes
HORÁRIOS | Qua-Dom, 16:00-20:00
VISITA GUIADA COM INTERPRETE LGP | 19 Julho às 18:00
ATELIÊ PARA CRIANÇAS | 12 Julho às 10:30
APOIO | República Portuguesa – Cultura / Direção-Geral das Artes
Inspirada na pintura homónima de Rembrandt (1655) e no corpo despedaçado de Francis Bacon, Le Boeuf Écorché (“A Carcaça do Boi”) de Nádia Duval é uma escultura visceral e autorretrato, que prolonga também o pensamento de Artaud e Bataille — da carne como matéria radical, até ao erotismo enquanto contacto com o limite e a sublimidade.
A obra surge da memória íntima da artista de uma dolorosa separação infantil da mãe doente em terra estrangeira.
Um colchão a ser aberto é o ponto de partida para um ritual "alquímico", descrito por um dos heterónimos da artista: Louise, a feitiçeira-vigilante. . Esventrado, esvaziado, curado durante anos, reenche-se com “órgãos” dispostos aleatoriamente — pois, tal como Artaud diz, “a ordem dos órgãos não interessa”.
Um ânus escultural brilha em azul elétrico como o "ânus solar" de Bataille: ponto de excreção e revelação, onde o erótico se funde com o cósmico. Tal como Artaud defendia que a arte deve “cheirar mal”, esta obra não foge do grotesco — mas transforma-o em pulsação.
“A Carcaça do Boi” é, assim, um corpo-sem-órgãos transmutado e em transmutação; um corpo que é também uma casa, um altar, uma memória em combustão. Uma obra-processo, em constante metamorfose material e simbólica ao longo dos anos, reconfigurando a dor traumática em relíquia, excremento e luz.
A peça escultórica está integrada numa instalação composta por dois outros elementos: um texto projetado – manifesto programático autoreferencial ao próprio processo de criação-transformação da escultura – e um trabalho sonoro – que dá vida a própria carcaça através de sons e murmuríos inquietantes.
A obra surge da memória íntima da artista de uma dolorosa separação infantil da mãe doente em terra estrangeira.
Um colchão a ser aberto é o ponto de partida para um ritual "alquímico", descrito por um dos heterónimos da artista: Louise, a feitiçeira-vigilante. . Esventrado, esvaziado, curado durante anos, reenche-se com “órgãos” dispostos aleatoriamente — pois, tal como Artaud diz, “a ordem dos órgãos não interessa”.
Um ânus escultural brilha em azul elétrico como o "ânus solar" de Bataille: ponto de excreção e revelação, onde o erótico se funde com o cósmico. Tal como Artaud defendia que a arte deve “cheirar mal”, esta obra não foge do grotesco — mas transforma-o em pulsação.
“A Carcaça do Boi” é, assim, um corpo-sem-órgãos transmutado e em transmutação; um corpo que é também uma casa, um altar, uma memória em combustão. Uma obra-processo, em constante metamorfose material e simbólica ao longo dos anos, reconfigurando a dor traumática em relíquia, excremento e luz.
A peça escultórica está integrada numa instalação composta por dois outros elementos: um texto projetado – manifesto programático autoreferencial ao próprio processo de criação-transformação da escultura – e um trabalho sonoro – que dá vida a própria carcaça através de sons e murmuríos inquietantes.
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Le Boeuf Écorché de Nádia Duvall é o quarto episódio de SUBSTRATO, um novo ciclo de exposições na Zaratan que propõe estimular produções artísticas pensadas propositadamente para um espaço específico da Zaratan, nomeadamente para o micro anfiteatro sito na black box da galeria. Esta estrutura côncava torna-se o eixo central do projeto. A aproximação com o espaço, o ambiente e a arquitetura é um elemento essencial das obras apresentadas, que podemos definir propriamente como site-specific.
BIOGRAFIA: NÁDIA DUVALL (1986, Espanha) de nacionalidade portuguesa, é uma artista multidisciplinar cuja obra reflecte múltiplas questões auto-biográficas, sociais e políticas com profundas reflexões filosóficas através de múltiplos media tais como escultura, desenho, pintura, vídeo, performance, literatura e cinema. Duvall tem um Doutoramento em Belas Artes (2024) com a classificação máxima de Summa Cum Laude (Distinção e Louvor) pela Faculdade de Belas Artes, Universidade de Lisboa. Ao longo da sua formação tem realizado múltiplas especializações tecnológicas desde a área do cinema às artes plásticas. Encontra-se actualmente a aguardar os resultados a Pós-Doutoramento através da FCT e na FBAUL tendo por base os projectos de longas-metragens “Dear Oni” e “Sweet & Sour Flavour” e a revista feminista “Gorilla Army”. Duvall ganhou múltiplos prémios tais como o Prémio Revelação PINTURA do BANIF em 2008; Prémio Arte, Ciência e Tecnologia da DG Artes em parceria com a Ciência Viva; Prémio/bolsa Jovens Criadores do Centro Nacional da Cultura de Portugal em 2016, e o Prémio Jovem Criação Europeia do Museu Amadeo de Souza-Cardoso em parceria com a JCE Biennale em 2019; bolsa de prestígio FCT para Doutoramento (2019-2023) e Mérito no Luxemburg Art Prize vários anos consecutivos. Duvall tem vários livros publicados e participa em Conferências internacionais. Actualmente é representada pela Galeria FOCO e a sua obra está presente em várias colecções privadas. A sua primeira media-metragem “GREEN SCREAM” (42”) foi nomeado para vários festivais internacionais e já foi galardoado com Best Experimental Film no WSXA Barcelona Film Festival (2024) e com duas Menções Honrosas: no Athens International Monthly Art Film Festival (2024) no WSXA & ARFF Internacional Film Festival.
Vive em Lisboa, com estúdio em Barcarena.
Vive em Lisboa, com estúdio em Barcarena.